Mensagem do Diretor dos Salesianos do Porto

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Estou apaixonado?

Na química e na física da atração entre duas pessoas há um processo mais ou menos linear que obriga os intervenientes a desempenharem determinados papéis: vê-se alguém, simpatiza-se, começam a conhecer-se e no decorrer do processo ou se desencantam ou acabam por se apaixonar.

Nos apaixonados o coração começa inevitavelmente a transbordar para fora do peito. E com tal ímpeto que chega ao ponto em que, mesmo que o queira, se torna impossível guardar o segredo. O coração toma de assalto o centro das operações e o pensamento tão íntimo teima, a cada momento, revelar-se ao mundo inteiro. Ao apaixonado, por muitas barragens que tente construir, não resta outra opção a não ser manifestar a toda a gente o que coração já não consegue conter.

Talvez este seja o melhor exemplo do verdadeiro testemunho. Podemos contar muitas histórias, mas o que vivemos e nos tocou a vida, o que vai envolvido pelo brilho do entusiasmo de quem está apaixonado ou melhor ainda, de quem ama, ganha contornos bem diferentes na boca de quem o diz e nos ouvidos de quem o escuta. Esse relato ressoa nos outros corações. Por isso é que o testemunho é tão poderoso e tem a capacidade de arrastar.

Para além disso quem ama tem que sair forçosamente fora de si próprio, porque experimenta um impulso irreprimível para ir ao encontro da pessoa amada. O coração inquieta-lhe todo o ser, obriga-o e dá-lhe a força para abandonar a zona de conforto e o seu sossego.

Estas ideias podem resumir-se no lema deste ano: levanta-te e testemunha. Mas cada um de nós só poderá levantar-se e testemunhar o amor de Deus se já o sentiu na própria pele, se já fez experiência d’Ele. Só posso ser testemunha e mobilizador de uma grande causa se estiver apaixonado por ela.

Por isso pergunto: as minhas/tuas palavras e ações têm a força de quem está apaixonado?

Pe. José Cordeiro
Diretor

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